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Amizade V


Curvava-se o velho ancião para apanhar, junto à sarjeta, o embrulho que lhe fora ofertado. Suas mãos trêmulas tiveram dificuldade em aninhá-lo. Suas forças alquebradas não lhe permitiam que o mesmo se conservasse bem preso.
Abaixa-se, tonteia e cai, vagarosamente, como se uma nuvem escura lhe toldasse os olhos já tão esgotados...
Alguém lhe socorre. Alguém que não via há tantos anos.
Amigo... Sim, amigo...
Recebe um abraço, que, renovando-lhe como por milagre seu estado geral, amplia-lhe o pequeno impulso que quisera dar ao corpo e vê-se de pé, abraçando o amigo.
Amigo... Amigo!
Uma onda de emoção invade-lhe a alma e exclama:
Há quanto tempo! Como você me encontrou? Mas não... Não olhe muito para mim. Estou um caco... Agora vivo de esmolas...
Dizia isso, mas a sensação que sentia era de calor, refazimento, bem estar... Parecia até que estava mentindo, mas era assim que vinha vivendo há muito.
Amigo... Amigo!
Porque você não fala? Porque você somente sorri? Que força é essa que eu sinto ainda e que senti quando você me abraçou?
Amigo... Amigo! Que saudades!
E o amigo, verdadeiro amigo, abraçou o velhinho mais uma vez e, como duas nuvens, foram subindo, deixando à curiosidade popular um corpo no chão, de um velho, quiça mendigo, com um embrulho perto das mãos...
Devemos fazer amigos
Verdadeiros, boa jaça
Pois senão os inimigos
Serão sombras, ameaças
Quando a hora chegar
Abrindo os olhos no além
Quem nos dera encontrar
Um amigo ou um bem...
O amigo volta sempre
Seu coração a bater
Vem direto para quem
É seu amigo também.

Autoria desconhecida 

Não estamos violando nenhum direito autoral ao publicar esta reflexão, ao contrário, procuramos o(a) autor(a) para lhe dar os devidos créditos

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