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Espaço livre


Ingredientes essenciais da amizade são a liberdade e o amor.
Amigo é aquele a quem se protege e se conforta, a quem se quer bem e se ama.
O amigo é livre. Vive sua própria vida.
E mesmo assim sabe que é amado pelo amigo. O amor não o constrange. Ele não o obriga a retribuir os benefícios do amigo.
O que faz pelo amigo, ele o faz por amor e de livre vontade. E não impõe ao amigo uma obrigação de retribuir os atos de bem-querer e de amor, mas deixa-o completamente livre.
Não é fácil encontrar o justo entrosamento entre amor e liberdade. nosso amor muitas vezes está misturado com manias possessivas, fixação e expectativas com relação ao outro. E espera muitas vezes a retribuição. O que faço ao outro espero que ele o faça a mim. Mas essa aritmética torna impossível a verdadeira amizade.
Há amigos que não se vêem por longos anos nem se comunicam, mas quando se encontram, a amizade se incendeia de novo. O bem-querer e a compreensão fluem entre ambos, como se tivesse sido ontem a separação.
Eles confiam um no outro. No falar, chegam logo ao essencial. Eles sintonizam.
Eles se tornam um só em seus corações. Eles se abandonam mutuamente na liberdade, sem perder o amor um pelo outro.
A relação de liberdade e amor será diferente em cada parceria de amigos. Sempre que gosto de um amigo surge também um pedaço de dependência.
Se eu ficar consciente dessa dependência, posso distanciar-me dela e deixar conscientemente livre o amigo.
A genuína amizade se caracteriza pela liberdade interior.
Devo poder dizer o que sinto sem ter de medir tudo. Sou livre para trilhar o caminho que achei acertado.
Não preciso ter falso respeito pelo amigo quando sinto que devo escolher outra profissão ou outro lugar de moradia, por exemplo.
Posso respirar livremente. E deixo também ao amigo o espaço livre de que precisa para viver. 

Anselm Grün

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