“O teste do sucesso não é o que você faz quando está por cima. Sucesso é que altura você atinge quando dá a volta por cima depois de chegar ao fundo do poço”. George S. Patton
No dia 29 de janeiro de 1996, uma labareda tomou conta de uma das
construções
mais valiosas de Veneza: a casa de ópera La Fenice, de 204 anos de
idade.
Centenas de pessoas viram o edifício ser consumido pelas chamas.
Isso causou tristeza? Sem dúvida. Causou desespero? Não.
A construção da La Fenice já havia sido retardada em 1792 por causa
de um incêndio.
Outro incêndio, em 1836, obrigou a população a reconstruir a casa de
ópera.
Também, após o incêndio de 1996, os venezianos começaram a
reconstruí-la.
Por coincidência, La Fenice significa “a Fênix”, referindo-se à ave
mitológica de
grande porte que merecia o título de animal mais raro da face da
terra,
simplesmente por ser a única de sua espécie.
Fênix possuía uma parte da plumagem feita de ouro e a outra colorida
de um vermelho incomparável.
A isso, ainda aliava uma longevidade jamais observada
em nenhum outro animal. Seu habitat eram os desertos escaldantes e
inóspitos da Arábia,
o que justificava sua fama de quase nunca ter sido vista por
ninguém.
Quando Fênix percebia que sua vida secular estava chegando ao fim,
fazia um ninho com ervas aromáticas, que entrava em combustão ao ser
exposto
aos raios do Sol. Em seguida, atirava-se em meio às chamas para ser
consumida
até quase não deixar vestígios. Do pouco que sobrava de seus restos
mortais,
se arrastava milagrosamente uma espécie de verme que se desenvolvia
de
maneira rápida para se transformar numa nova ave, idêntica à que
havia morrido.
A crença nessa ave lendária figura na mitologia de vários e
diferentes povos
antigos, tais como gregos, egípcios e chineses. Apesar disso, em
todas essas
civilizações, seu mito preserva o mesmo significado simbólico:
o renascer das próprias cinzas.
Até hoje, essa idéia é bastante conhecida e explorada
simbolicamente.
Podemos restaurar o que os incêndios destroem em nossa vida? Às
vezes.
Em outras circunstâncias é melhor que as cinzas sejam esquecidas,
para que algo completamente novo seja construído.
Renascer é o processo através do qual você lamenta a sua perda e
depois se levanta e começa tudo de novo.
É um dos principais segredos para alcançar o sucesso.
As pessoas realizadas são aquelas que nunca desistiram de tentar ser
assim.
Enquanto você está processando integralmente os aspectos físicos,
psicológico
e emocional da decepção, vai começar a notar que continua vivo.
Algumas pessoas pensam que não podem suportar aquela crise de jeito
nenhum porque é demais para elas. Notar que você é um sobrevivente
daquela experiência é uma conscientização importante. Isso é chamado
de viver o tempo presente.
Você não está mais revivendo repetidamente o passado na sua cabeça.
Está pronto para viver o presente, aqui e agora.
O que aflora em seguida é a noção de que pode existir um futuro.
Considerar um futuro significa preparar-se para olhar para frente e
imaginar que tem opções.
A criatividade entra no quadro quando você acredita que na verdade
poderia
visualizar uma vida, elaborar um plano para concretizá-la e então
resolver
avançar passo a passo. Você considera as possibilidades que nunca
imaginou
e começa a estabelecer objetivos, atividades que o colocam mais uma
vez no tabuleiro
do jogo da vida.
Será preciso avaliar se é mais sensato continuar a
batalhar
pelo mesmo objetivo que perseguia antes, ou se é melhor formular uma
nova meta.
Também terá de determinar um novo curso de ação, construído sobre
as lições que aprendeu com a crise, revisando seus planos em tudo
que for necessário.
Depois de uma decepção, seus objetivos iniciais não serão
monumentais.
Serão passos minúsculos de bebê que vão aumentando aos poucos.
Não serão passos para trás, retrocedendo aos velhos e bons tempos,
nem farão com que você ande em círculos, sem saber direito o que
fazer com sua vida.
Esses novos passos serão dados para frente, na direção do seu
futuro.
Seu novo futuro pode até ser semelhante ao passado, antes da crise.
Mas agora você pode abordá-lo de olhos mais abertos e com a vantagem
do conhecimento que adquiriu.
Apesar de não serem passos gigantescos associados a conquistas
significativas,
seus objetivos novos estarão indo na direção certa.
Não deixe de
reconhecê-los.
Tenha o cuidado de não menosprezá-los, desacreditá-los ou
desqualificá-los
por não estarem no mesmo nível das realizações anteriores.
Parte desse processo de andar para frente é dar-se permissão para
estar
num nível diferente, apesar de novo, de realização.
Como diz o
ditado,
às vezes você precisa “ir mais devagar para ir mais depressa”.
Algumas vezes, como a Fênix, temos que renascer das cinzas,
devemos passar pelo fogo e sair fortalecidos, renovados e
renascidos.
Daniel C. Luz
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