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Amizade significa liberdade


Ingredientes essenciais da amizade são a liberdade e o amor.
Amigo é aquele a quem se protege e se conforta, a quem se quer bem e se ama.
O amigo é livre.
Não está preso pelo vínculo matrimonial. Vive sua própria vida. E mesmo assim sabe que é amado pelo amigo.
O amor não o constrange. Ele não o obriga a retribuir os benefícios do amigo.
O que faz pelo amigo, ele o faz por amor e de livre vontade.
Para designar o amigo, usamos muitas vezes a palavra companheiro.
Se tiver que percorrer sozinho meu caminho, tudo fica mais difícil.
O companheiro não me tolhe. Ele vai comigo. Ele ama a liberdade tanto quanto eu. Não colamos um no outro, mas exploramos o mundo. Nós tomamos a estrada para criar experiência.
Nosso amor está misturado muitas vezes com manias possessivas, ciúme, controle, fixação e expectativas com relação ao outro.
E espera muitas vezes a retribuição. O que faço ao outro espero que ele o faça a mim.
Mas esta aritmética torna impossível a verdadeira amizade.
Há amigos que não se vêem por longos anos nem se comunicam. Mas quando se encontram, a amizade se incendeia de novo.
O bem-querer e a compreensão fluem entre ambos, como se tivesse sido ontem a separação.
Eles confiam um no outro.
No falar, chegam logo ao essencial.
Eles sintonizam. Eles se tornam um só em seus corações.
Eles se abandonaram mutuamente na liberdade, sem perder o amor um pelo outro.
A crítica ao amigo é sempre um ato de amor.
Há uma vinculação muito estreita entre confiança e liberdade.
Só no espaço protegido pela confiança sinto-me livre em relação ao amigo para dizer-lhe aquilo que meu coração está pedindo.
E somente protegido por profunda confiança pode o amigo aceitar a crítica sem sentir-se agredido.
AMIZADE E AMOR SÃO DIFERENTES.
A amizade e o amor são capazes de libertar a pessoa da solidão interior.
Rainer M. Rilke diz do amor entre amigos: "O amor consiste em que duas solidões se protegem e se amam mutuamente".
O amor é sempre também uma paixão corporal. Quem está enamorado vê tudo numa luz rósea. Vê sua própria imagem no outro. É fundido no outro. Os gregos chamam de amor-paixão - EROS.
O verdadeiro amigo não conhece ciúmes.
A amizade constrói sobre um fundamento espiritual. O espírito respira amplidão e liberdade.
O espírito não conhece limitações como o corpo.
Este amor de amizade os gregos chamam de FILIA.
O amor de amizade se alegra no amigo pelo fato de ele ser como é. Deseja-lhe o bem por amor ao amigo.
Os gregos conheciam ainda um terceiro tipo de amor: AGAPE.
É o amor puro, o amor divino. É um bem-querer geral e básico de todas as pessoas.
As três formas de amor - eros, filia e agape - se interpenetram constantemente.
Também no amor-paixão pode cintilar o amor puro. E no amor de amizade pressinto o amor sincero que experimento como dom de Deus. 

Anselm Grün

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá gostaria de saber em qual livro do Anselm Grün se encontra esta reflexão.

Obrigado.

José Dias

Anônimo disse...

Gostei muito da reflexão, eu sei que a li em um de seus livros mas não lembro mais em qual.
Muito obrigado pela postagem, vc me ajudou muito hoje.

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