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A persona do homem


Você já notou que não existem famílias felizes na mitologia ou nos contos de fada? O rei é viúvo (ou casado com uma madrasta), a princesa não sabe que é nobre, e por isso é tratada como empregada. Quem sabe da verdade tenta eliminá-la. O filho herói é rejeitado, até que decide viver na floresta para matar o dragão, seu inimigo.
Vamos retratar este mito para os dias atuais.
O desejo de ser famoso e cobiçado pela superioridade e a falsa idéia de que é possível fazer tudo o que se deseja para compensar uma carência, ocorre com freqüência com os artistas e também com as pessoas comuns. No teatro grego, usava-se uma máscara chamada Persona, que passava a idéia de honestidade e desonestidade.
Quando um homem sai do seu universo e depara-se com algo sofisticado, muda de persona ficando impressionado com as novas personas que são encantadoras. O namorado (ou o marido) esquece da namorada (ou esposa) e não mais a aceita pelos valores de que ela agora não faz parte. Está encantado por ser aceito em uma sociedade influente e qualquer mulher deste novo grupo faz com que ele deixe para trás o passado.
Vê-se atraído por uma mulher que ele identifica como a esposa ideal, deixando de lado a ex (a empregada subjugada e a operária) que lhe possibilitou sua ascensão. Este homem está traindo seu anima (aspecto feminino). Quando isto ocorre, significa que foi criado em uma família preocupada com o status ou seja, "o poder é mais importante do que o amor".
Explica-se: quem na infância não recebeu amor, será um adulto oportunista e manipulador. Uma criança medrosa que viu a ira paterna ou materna no alcoolismo, ao ficar adulta buscará o poder. A esposa dedicada que abdicou sua carreira para ajudar o marido transformando-o no melhor, é jogada de escanteio.
Ele entra neste falso mundo sentindo-se herói, sem vínculos emocionais, pois rompeu com sua família, alma e lealdade.
Como não tem sentimentos, não consegue entender porque a ex-mulher, os filhos e a família o punem. Estes quebram as regras onde "a verdade deveria ser abafada", da mesma maneira que, quando criança viu seus pais brigando e estes pediram-lhe para esquecer e não comentar com ninguém sobre o ocorrido.
Eis o momento em que sua persona (máscara) é retirada. O que ele deve fazer?
Tomar uma postura corajosa não mais baseada no poder, mas no amor.
Resta ao nosso herói não responsabilizar e culpar os outros, mas dizer que "mediante o sofrimento de se ver exposto", seu coração está aberto. Ter a força (que só ocorre depois de aceitar e libertar-se da culpa), para dizer que errou ao renunciar o amor pelo poder e finalmente pedir perdão, dizendo que irá mudar, evoluir, para tornar-se, ao invés do herói, um sábio. 

Mônica Buonfiglio

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