Eram abacates enormes e deliciosos.
Mas o pé era todo inclinado por sobre o telhado da casa.
E cada colosso que despencava, era prejuízo na certa. Telhas quebradas, uma atrás da outra.
Assim, o abacateiro era um problema sério para eles.
Em respeito aos muitos anos de serviço no bem, produzindo abacates agigantados sem cessar, reune-se a família certo dia para tratar do delicado assunto.
Mudar a casa de lugar, impossível.
Mudar o abacateiro, também não. Já havia passado da idade.
Comunica-se, então, ao abacateiro, que ele teria que ser sacrificado.
Agradecem respeitosamente e penhoradamente pelo prazer que havia lhes proporcionado desde as batidas com leite até as saladas à moda dos mexicanos.
Só que não foi necessário cumprir com a sentença: a partir desse dia, o frondoso pé de abacate não mais floriu nem produziu um fruto sequer...
No livro " A vida secreta das plantas" , de Peter Tompkins e Christhoper Bird, tem uma passagem que fala sobre o experimento em que são colocados dois filodendros (gênero de trepadeira ornamental da América tropical) em uma sala, um deles devidamente acoplado a sensores que monitorariam suas reações diante de fatos anormais.
Vários colaboradores recebem, a partir daí, ordens expressas de não divulgarem a ninguém as tarefas de que seriam incumbidos através de sorteio.
Uma das tarefas que um único colaborador recebeu foi a de destruir o filodendro não monitorado, em determinada hora, sozinho, sem contar nada aos companheiros.
Executada a tarefa, nem os cientistas sabiam quem teria sido o autor do "assassínio".
Cada um dos participantes da experiência volta separadamente ao "local do crime", com acompanhamento dos organizadores, que conseguem identificar, através das reações monitoradas do filodendro sobrevivente (e testemunha, por sinal), o autor do trucidamento do pobre vegetal.
Os inocentes não despertavam quaisquer oscilações nos aparelhos ligados à planta, enquanto que a reação à presença do "assassino" foi visível e reveladora.
O que tem a ver abacate e filodendro dentro da Evolução do Ser Humano,
enquanto espírito?
Se os rudimentos de inteligência são visíveis no reino vegetal, o que não dizer no animal...
Estamos rodeados por um universo de seres que captam sutilmente as nossas reações mais secretas, desde as plantas, como os animais.
Intercambiando energias, tanto recebemos, quanto emitimos sensações, emoções, mesmo sem a materialização do pensamento através da palavra falada.
A harmonia com o Universo é um imperativo.
O Criador coloca à nossa volta seres que interagem em quantidade e qualidade tal que dificilmente conseguimos imaginar.
Isso, com certeza, na expectativa de um equilíbrio geral, pelo qual somos responsáveis, na qualidade de seres que já recebemos o selo da inteligência, não podendo mais alegar ignorância e tirar o corpo fora...
Aristides Coelho Neto
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