Um escravo, tendo sido criado sob o estudo da espiritualidade, tornou-se de grande valor para o seu senhor, por causa da sua honradez e bom comportamento; tanto, que seu senhor o elevou a uma posição de importância, isto é, administrador das suas fazendas.
Numa ocasião, o seu senhor desejou comprar mais vinte escravos, e mandou que o novo administrador os escolhesse, dizendo que queria os mais fortes, e os que trabalhassem melhor.
O escravo foi ao mercado e começou a sua busca; fixou a vista num velho e decrépito escravo, e disse ao senhor que aquele havia de ser um dos escolhidos.
O senhor ficou surpreendido com a escolha, e não queria concordar, sem entender nada o pobre velho pediu que fossem indulgentes com ele.
O negociante então, disse que se eles comprassem vinte, daria o velho de graça.
A compra, portanto, foi feita, e os escravos foram levados para as fazendas do seu novo senhor; mas o antigo escravo tratou o velho decrépito com muito mais cuidado e atenção do que a qualquer dos outros.
Levou-o para sua casa, dava-lhe da sua comida, quando tinha frio, levava-o para o Sol, quando tinha calor colocava-o debaixo das árvores de cacau, à sombra.
Admirado das atenções que o seu antigo escravo dispensava a um outro escravo, seu senhor lhe perguntou por que fazia isso.
- Decerto não se interessaria tanto por ele sem ter algum motivo especial: é teu parente, talvez teu pai?
O pobre escravo respondeu:
- Não senhor, não é meu pai.
- É então o teu irmão mais velho?
- Não senhor, não é meu irmão.
- Então é teu tio ou outro parente?
- Não tenho parentesco algum com ele, nem mesmo é meu amigo.
- Então - perguntou o seu senhor - por que motivo tens tanto interesse por ele?
- Ele é meu inimigo, senhor, respondeu o escravo, vendeu-me a um negociante, mas aprendi nos ensinamentos do Mestre que devemos perdoar os nossos inimigos e que quando o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer, e quando ele tiver sede, dá-lhe de beber... e esta é a oportunidade que tenho de colocar meus aprendizados em prática.
Autoria desconhecida
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